
De 04 a 07 /09 nós da Associação Mulheres na Comunicação estaremos participando do II Festival da Paz e XI Congresso Holístico Internacional da Rede Unipaz.Abaixo o texto da vice - reitora da Unipaz -DF nos fala sobre esse propagador da paz ,Pierre Weil .
Pierre Weil é o grande homenageado do II Festival Mundial da Paz e XI Congresso Holístico Internacional da Rede Unipaz. Essa é uma homenagem merecida, já que Pierre é, ele próprio, um festival mundial da paz. Dedicou toda sua vida a promover, divulgar e aprofundar reflexões e vivências relacionadas à paz e não violência. Essa peregrinação teve sua culminância quando fundou a Unipaz, com um grupo de colaboradores dos quais eu e Roberto Crema fazemos parte.
Pierre era educador, psicólogo e escritor. Nasceu em Strassburgo no dia 16/abril/1924. Quando veio ao Brasil pela primeira vez, como consultor, acabou ficando . Ele sempre dizia que foi o abraço brasileiro o responsável por essa escolha!
Desde bem cedo ele tomou consciência de sua vocação para trilhar os caminhos da Paz. Seus familiares eram de 3 religiões diferentes e, por esse motivo, aos oito anos, reuniu seus primos e propôs a criação da “associação católica dos judeus protestantes a favor do maometanismo budista”! Entendo que ali nasceu o grande propagador da transreligiosidade, tema ao qual dedicou-se até o final de sua fértil vida terrena no dia 10 de outubro de 2008, quando fez a passagem na sua residência, em Brasília.
Aos 14 anos, na época em que a 2ª guerra mundial eclodia, vivia em Strassburgo, região conflituosa, fronteiriça entre França e Alemanha. Pierre registrava suas experiências em um diário em que um dia escreveu: “Minha pátria é a terra”. Adolescente ele já buscava estabelecer pontes sobre todas as fronteiras. O hábito de escrever diários permaneceu até o final de sua vida. Talvez por esse motivo ele tenha incorporarado em seus seminários a técnica do “diário íntimo”, criado por Ira Progroff.
Ao lermos sua autobiografia, todos podemos ter acesso a muitas confissões pessoais desse nosso amado samurai, compartilhada em três diferentes livros : A revolução Silenciosa, Lágrimas de Compaixão e A Entrega.
Tornou-se Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris ao defender uma tese sobre o segredo da esfinge como um mapa da consciência humana. Estudou com grandes psicólogos e educadores, como Henry Wallon e Jean Piaget . Aprofundou-se na prática do Psicodrama sob orientação de Jacob Moreno, Zerka Moreno e Anne Ancelin Schützenberger, com quem escreveu o livro “Psicodrama Triádico”. (Por ocasião de sua passagem, Zerka Moreno enviou uma mensagem aos seus amigos e filhas).
No Brasil, foi um dos pioneiros nos esforços pela regulamentação da profissão de psicólogo. Na Universidade Federal de Minas Gerais foi o primeiro a lecionar Psicologia Transpessoal.
No início dos anos 80, eu era uma estudante de psicologia que residia em Brasília. Fazia teatro infantil com tanta entrega que achava que o teatro seria minha principal peregrinação e, por esse motivo, havia escolhido como terapia o Psicodrama. Naquela época, tive a alegria de conhecer Pierre quando encontrei o que estava além do Psicodrama, o “Cosmodrama”. Muitas galáxias se descortinaram em meu ser e decidi que iria me aprofundar naquele trabalho.
No curso de Cosmodrama que Pierre facilitou, vivi o que Maslow denominou “experiência culminante”, onde várias características da experiência transpessoal estiveram presentes: a não-dualidade, a inexistência do tempo e a sensação de não ter palavras para traduzir a experiência. Assim foi meu primeiro encontro com Pierre. Depois desse, vieram vários outros nos quais fomos tecendo uma amizade muito rica e uma parceria fecunda na Unipaz.
Na vida pessoal de Pierre o sucesso profissional foi exponencial. No entanto, em um determinado momento, ele viveu uma noite escura da alma, uma grande crise pessoal, acompanhada de um câncer. Foi quando começou a se perguntar mais profundamente sobre questões existenciais, sobre o sentido da vida e da morte. Praticou Yoga e psicanálise, estabelecendo a costura essencial entre o hemisfério direito e o esquerdo do cérebro, entre o oriente e o ocidente.
Nessa época, reorientou seu desejo para percorrer a trilha do Ser. Participou de um retiro tibetano de três anos, três meses e três dias. Pouco tempo após seu retorno, em 1986, fundou a UNIPAZ, a realização culminante de seu ideal de paz.
Em 1988 elaborou uma teoria sobre a gênese da destruição da vida no planeta, facilitando a concientização dos obstáculos à paz, na relação da pessoa consigo mesma, com os outros e com a natureza, o que denominou “roda de destruição”. A seguir propôs a “roda da paz”, um estímulo a novos hábitos relacionados a ecologia interior, social e ambiental . Dessa forma, Pierre tornava-se pioneiro no que hoje denominamos “ecoformação”. Assim nasceu a “A arte de viver em Paz”, uma metodologia reconhecida pela Unesco e publicada em seis idiomas.
Após formar facilitadores para atuarem em muitos países com essa metologia de educação para a paz, Pierre deu um passo à mais. Ampliou sua proposta criando “ A Arte de Viver a Vida”, uma metodologia de educação para a vida. Esse é um legado precioso para todos aqueles que buscam viver plenamente, com leveza e alegria, a complexa e misteriosa existência!
Hoje, todas as unidades Unipaz no Brasil e em outros países estão unidas na promoção desse maravilhoso evento que é o II Festival Mundial da Paz e XI Congresso Holístico Internacional da Rede Unipaz. Paradoxalmente, após sua passagem, Pierre está cada vez presente e tenho certeza do quanto o Festival Mundial da paz lhe alegra!
Lydia Rebouças - Psicóloga e Vice-reitora da Unipaz
E a tod@s :"A paz!!!"
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